quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"Eu te amo, mas..."


A máscara master
Mastiga a massa cinzenta
Em uma masturbação
Massificada como
O massacre sobre o mastro
Sem mais

_Como se tira o maior corrupto da língua portuguesa da cabeça?

Resolvi visitar meu melhor inimigo
O único jeito de tirar um problema da cabeça
É colocando outro

Ao me ver, sua reação foi a esperada
Pasmo e pálido, apagou o pacto com o padre

Sabe... eu nunca busquei a fama
Mas (palavrinha infernal)
Mostrem para minha mãe que eu saí no jornal
Logo ali em
"Homem comete suicídio com 5 tiros"

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Fim de noite



Pra que seguir pegadas apagadas
A gola da camisa não está mais manchada
O vinho tinto não colore mais as noites

Não vou procurar o que não quer ser achado
Nem virar copos de café adocicado
O mel já não está mais nos potes

Então peço pra que saia
E leve a minha porta da frente
E arrume sua saia
Não existe mais nada entre a gente
Então peço que suma
Eu cansei das minhas noites longas
E devore minhas estrofes, uma a uma
Mas só sei que não sei

Não vou seguir seu perfume
Pode partir
Vou descer do salto, cansei do cume
Pode ir

A matemática é simples
Nunca fomos um mais um
Sempre fui um par ímpar
E sobe um zero, desce um nove,
E fica quieto o que tem que ficar

Então peço que saia
E deixe a minha porta da frente
No meu peito fica a vaga
Vaga vontade de achar alguém diferente
Então peço que suma
Não haverá mais noites longas
As estrofes são só minhas
Você que faça as suas

Eu só sei que dancei

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O alquimista


Acorda tarde como faz toda manhã
Toma seu café como faz todo dia
Lembra do que torna sua mente pagã
E pinga no café cinco gotas de melancolia

Pra onde vai, alquimista?
Por que sempre te perco te vista?
Foi explorar o colorido do arco-íris?

Nem sua alma, impenetrável e dura
Dura para sempre, alquimista
Por que sempre te perco te vista?

Já de tarde se fecha em seu laboratório
Por onde passam lembranças de infância
Por onde rodam dúvidas da adolescência
Onde as certeza têm um ar contraditório

Quando a noite chega em seu laboratório, ainda fechado
Ele percebe que ele mesmo é a chave para o cadeado
Coloca amor e solidão em um tubo de ensaio
E ensaia mais uma fria manhã de maio