Ele veio tão diferente...
Perdeu o modo engraçado de andar,
Deixou a gagueira na outra esquina.
Soprou seus defeitos no ar
E decidiu voltar à sua sina.
Já era hora!
Ele veio tão igual...
Cometendo os mesmos erros do passado.
Se sujeitando a sofrer as mesmas dores.
E como já fez em outro lado,
Transformou o chão em um tapete de flores
Ninguém vai notar a pequena obra do desconhecido autor.
Vão julgar que chegou o Outono.
Afinal, as flores têm de cair uma hora
E o rapaz, como poucas vezes faz, olha pros céus e ora.
Ele veio tão ele...
Com os atos de um menino
Que sabe medir as consequências,
Que sabe jogar com paciência
Um jogo contra o destino
E vaga pela madrugada
Despedaçando um ramal de flores
E vaga é a madrugada.
Que sempre vem sussurrar sobre antigos amores
Encara a velha conhecida esperança,
Deixa no ar pela última vez seus defeitos.
Entra de vez na mesma dança
E ignora um pouco os anos mal feitos
Ele foi tão outra pessoa...