Não sou muito de explicar os motivos que me levam a escrever, geralmente elas são coisas do cotidiano, como chuva, Sol, vento, briga com pais, afogamento, tomar pedrada na cabeça... essas coisas pelas quais todo mundo escreve. Mas o poema "pena de passarinho" foi especial, eu vi a morte passando na minha frente e indo embora.
Era um dia normal, fazia Sol, a televisão tava chata e o facebook facebookando. De repente minha irmã me chama ao terraço pra salvar um passarinho morto, sim, foram essas as palavras. Então eu fui e quando cheguei lá me deparei com o bichinho crucificado numa teia de aranha, de vez em quando se debatia sem esperança. Com uma vassoura arrebentei a teia da aranha (ela deve me odiar por isso, um passarinho dava pra alimentar 3 gerações de aranhas) e o bichinho assustado desmaiou atrás da caixa d'água, onde o deixei com comida e água pra quando acordasse.
No outro dia, fui ver onde ele estava e o bichinho continuava fraco, tentava voar, mas as asinhas estavam cobertas de teia, peguei o bichinho depois de muito custo e o limpei. Depois passei a aceitar o fato de que ele nunca mais voaria, parecia ter quebrado a asa, então dei a ele o nome de Juvêncio, um grande desconhecido aí.
Sentei ao seu lado e comecei a contar que gostava dele, mas não queria que ficasse no terraço, antes ele tinha o mundo, de repente o mundo dele se tornar um terraço cheio de roupas é sacanagem. Juvêncio, como fazia sempre, me olhou com aquela cara de passarinho (passarinhos não são muito bons com expressões faciais). Arriscou três pulos e passou voando do lado da minha orelha, como agradecimento ou como uma tentativa estabanada de furar meu olho.
E me pus a observar aquele pardalzinho voando desajeitado, até se perder no céu.
Quando eu pensei em escrever, a história parecia muito mais legal, juro
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